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sábado, 1 de agosto de 2009

DEVANEIOS DE UM DITADOR

Este foi um ano de grandes mudanças para nós metroviários, talvez algumas mudanças tenham sido sutis, singelas e imperceptíveis, já outras foram de grande impacto e profundidade. Tudo começou em meados do ano passado com pleito para a eleição do sindicato. Em meio à duvidas e críticas sobre a gestão passada surgem duas chapas de oposição a "direção antiga". Com a vitória de uma das chapas de oposição outras preocupações começam a angustiar nossos corações, uma delas e talvez a principal, seria os laços fraternos entre alguns diretores do sindicato e a direção da empresa. Passado alguns meses da posse do novo sindicato, suas ações e atitudes, com o apoio de toda a categoria, praticamente EXTINGUIRAM nossas angústias com relação a esses laços fraternos.

 Ainda citando essas grandes mudanças, não podemos deixar de ressaltar a eleição para representante sindical, que culminou com a eleição de novos representantes, que apesar de não ter a experiência necessária para o cargo, conquistaram o apoio e a confiança da categoria, com sua vontade e empenho para tentar melhorar as condições dos metroviários.

 A combinação dessas grandes e pequenas mudanças, na categoria metroviária, fez ressurgir, como uma fenix que ressurgi das cinzas, a lembrança de uma era de feitos, glórias e conquistas alcançadas pelos metroviários, liderados por um sindicato dirigido por um senhor chamado Marco Arildo, que deixaria, segundo ele: "crescer grama nos trilhos" se as revindicações e os direitos históricos da categoria não fossem atendidos ou mantidos. Esse senhor, com o apoio de mais alguns "companheiros " levaram, à muito tempo atrás, ao céus a categoria metroviária.

"É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão!" Charles Chaplin 

 Como um sonho esse senhor chega ao poder da nossa estatal. Seria o prelúdio de tempos de glória para a categoria?Triste engano, o sonho transformou-se em pesadelo.

 Como uma larva que saí do casulo, surge um novo "Ser". Esse senhor, antes coberto por um casulo sindical, deixa para trás toda essa história de lutas e glorias e, agora , envolvido por uma cobertura de ganância, poder e tirania começa a criar sua ditadura - o seu "mundinho" - deixando no esquecimento os discursos sindicais e de luta dos direitos trabalhistas, substituídos por discursos políticos, de metas financeiras, contenção e redução de despesas. Não bastando o discurso, esse novo "Ser", apoiado por seus "companheiros" começaram a implatar práticas antes repúdiadas por eles como, por exemplo, tercerização de setores, demissões imotivadas, retaliações e retirada de direitos históricos, tentando fortalecer sua ditadura e impor sua política neoliberal, antes tão combatida pelo casulo sindical.

 Nesse mês, os funcionários da empresa, sentiram mais uma vez na pele os mandos e desmandos desse ditador, que sem aceitar negociar os dias de greve, autorizou os descontos dizendo que "mataria no peito". Não podendo negociar os descontos, os SINDIMETRO conseguiu obter uma liminar impedindo os descontos até o julgamento do mérito. Não contentando-se em tentar cassar a liminar ou "matar no peito" esse problema, como forma ferir o sindicato e por consequencia sangrar toda a categoria, este "Ser" e sua "companherada" de maneira tiranica e diabólica revogou a LIBERAÇÃO DOS DIRETORES DO SINDIMETRO, QUE TERÃO QUE VOLTAR A TRABALHAR NOS SEUS SETORES, LIMITANDO SUAS DISPENSAS APENAS AO NÚMERO DE HORAS DESCRITO NO ACORDO COLETIVO. Isso tudo para tentar desarticular o sindicato e seus diretores, que agora terão que dirigir o sindicato nas horas de folga e não em tempo integral.
 
 Isso é um sinal, sinal que estamos apertando suas fraquezas que estamos no caminho certo. Devemos continuar unidos em pró dos nossos direitos e não abaixar a cabeça.

 "Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à aventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!"

 
 METROVIÁRIOS, EM NOME DOS NOSSOS DIREITOS, DAS NOSSAS CONQUITAS, DA NOSSA HISTÓRIA, UNAMO-NOS!!


ANDRÉ PRADO

DISCURSOS FAMOSOS III




 
O Grande Ditador Autor: Charles Chaplin
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar a todos, se possível: judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo, não para o seu infortúnio. Por que temos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessa aproximação é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo a fora... Milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas vítimas de um sistema que oprime seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir, eu digo: “Não desespereis!” A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, mesmo que morram homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses homens violentos... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar ao mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação racionada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquinas.

Homens é o que sois! E com o amor da humanidade em vossa alma! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os desumanos.

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou de um grupo de homens, mas de todos os homens! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas... o poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa! Portanto - em nome da democracia -, usemos esse poder, unamo-nos todos nós! Lutemos por um mundo novo... um mundo bom, que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à aventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo?! Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah?! O sol vai rompendo as nuvens, que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo, um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da violência. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e, afinal, começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos! 

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